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Falta de remédio de R$ 4 mil afeta ao menos 135 pacientes em Campinas

Um medicamento que custa em média R$ 4 mil está em falta há dois meses na Farmácia de Alto Custo da Unicamp em Campinas (SP), afetando 135 pacientes. São pessoas que dependem do Infliximab, essencial para o tratamento de, ao menos, oito doenças autoimunes.

A falta foi confirmada ao G1 pela Secretaria de Saúde de SP em todo o estado, mas o total de pessoas em tratamento que estão sendo afetadas não foi informado.

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Infliximab é utilizado para tratar Doença de Chron em adultos e crianças, artrite reumatoide, espondilite anquilosante, psoríase, artrite psoriásica, Doença de Chron fistulizante, colite e retocolite ulcerativa.

No caso do funcionário público Francisco Domiciano da Silva Filho, de 60 anos, a luta para manter a Doença de Chron – doença crônica inflamatória do trato gastrointestinal – sob controle está mais difícil. Ele precisa de quatro doses do Infliximab por mês e atrasos nas aplicações provocam a piora no quadro. Ele recebe a medicação no Hospital de Clínicas da Unicamp.

Responsabilidades
De acordo com o Hospital de Clínicas da Unicamp, a Secretaria de Saúde do Estado é a responsável pela entrega do medicamento na Farmácia de Alto Custo da unidade.

A Saúde confirmou o atraso na entrega desde dezembro do ano passado e informou que o Ministério da Saúde, que faz a distribuição dos medicamentos, não teria feito a entrega.

Já o Ministério afirmou que a última entrega do Infliximab para a Secretaria foi em 20 de janeiro, mas não informou se a distribuição ocorreu em menor quantidade, o que poderia justificar a falta da medicação. A previsão é que o Infliximab seja distribuído no dia 20 de fevereiro. O orgão também não informou sobre a falta do remédio em outros estados.

R$ 16 mil mensais
Francisco da Silva Filho é morador de Nova Odessa (SP) e faz uso do Infliximab há dois anos, só que precisa de quatro doses por mês. Se fosse pagar pelo remédio, teria que desembolsar R$ 16 mil.

Além do Infliximab, Francisco faz uso diário de outros quatro medicamentos. “São seis comprimidos de Sulfassalazina, três comprimidos de Azatioprina, um Pentasa Supositório e três comprimidos de Tropinal. Todos esses medicamentos, exceto o Tropinal, são recebidos pelo meu pai pelo SUS. Esses remédios não estão atrasados”, explica ainda Fernanda.

Última dose atrasada
Francisco contou que a última vez que tomou o remédio foi no dia 4 de janeiro, já com atraso, pois deveria ter tomado em 16 de dezembro.

“Eu nunca tinha tido problema, agora falam que está em falta, sem previsão de entrega. Não tenho condições de comprar, fico com as mãos atadas. O tratamento não poderia ser interrompido, mas foi”, reclama o funcionário público.

A família ainda informou que encontrou uma petição online cobrando a entrega do remédio. “Tudo indica que o Infliximab também está em falta em algumas cidades”, conta Fernanda.

A Comissão de Farmacologia da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo confirmou que, desde dezembro de 2015, há falta do medicamento Infliximab no estado por conta de atraso na entrega pelo Ministério da Saúde, órgão responsável pela aquisição e distribuição do medicamento.

Fonte: G1

Sobre Priscila Torres

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O diagnóstico de uma doença crônica, em 2006, me tornou, blogueira e ativista digital da saúde. Sou idealizadora do Grupo EncontrAR e Blogueiros da Saúde. Vice-Presidente do Grupar-RP, presidente do EncontrAR. Apaixonada por transformação social, graduanda em Comunicação Social "Jornalismo" na Faculdades Unidas Metropolitanas.

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