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Sequelas da dengue podem durar anos

Principais queixas são de dores, fadiga, perda de força física e coceiras; doença pode gerar problemas ainda mais graves

O tratamento da dengue dura aproximadamente uma semana, período em que os sintomas variam entre dores, febre e manchas pelo corpo. Porém, para uma parcela da população, os efeitos da doença, que teve mais 63 casos confirmados em Bauru (leia mais abaixo), podem se prolongar por meses e até mesmo por anos, com limitações impostas indefinidamente à rotina do dia a dia.

É o que ocorreu, por exemplo, com a cabeleireira bauruense Bianca Barrenha Bassan de Freitas Miranda, que contraiu a doença por três vezes, entre 2011 e 2018. Até hoje, com 39 anos, ela conta que sente dores e enfrenta dificuldades para fazer os exercícios físicos de que tanto gostava.

“Sinto esta dificuldade principalmente para nadar e fazer caminhada. No momento, estou fazendo Pilates para reduzir o sedentarismo, porque engordei muito. Mas, infelizmente, acho que nunca mais serei a mesma pessoa”, revela (leia mais abaixo).

CONSEQUÊNCIAS

Bianca também teve hepatite durante o tratamento da dengue, na segunda vez em que foi infectada, pelo uso não supervisionado de medicamentos. O vírus transmitido pelo Aedes aegypti ainda pode gerar outras consequências graves, como insuficiência renal, agravamento de problemas cardíacos e até distúrbios neurológicos.

“Pessoas que já sofrem com doenças crônicas, como diabetes e artrite reumatoide, assim como quem tem depressão ou fibromialgia, podem ter os sintomas amplificados. Pacientes com mais idade também são mais vulneráveis a apresentar sequelas”, detalha o médico infectologista Marcelo Pesce, do Centro de Referência de Moléstias Infecciosas (CRMI) da Secretaria Municipal de Saúde.

QUEIXAS FREQUENTES

As queixas mais frequentes, contudo, são de dores, fadiga, perda de força física e coceiras por tempo prolongado após a infecção pelo vírus da dengue. Mais brandas ou mais intensas, algumas destas manifestações podem estar associadas à Síndrome de Guillain-Barré, distúrbio autoimune que também pode ser desencadeado pela dengue.

Segundo Marcelo Pesce, além de doenças de base, os motivos que levam um paciente a sofrer com sequelas ainda não são bem conhecidos pela Ciência. Ele considera, no entanto, que a demora em receber o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado pode contribuir para o agravamento do quadro de saúde do doente.

“Se o paciente demora, por exemplo, para receber uma hidratação rigorosa, aumentam as chances de ocorrerem reações imunológicas, que podem persistir depois. A intervenção precoce ajuda a evitar que esta cascata de reações seja desencadeada”, reforça.

Por conta dos riscos envolvidos, o infectologista reforça a necessidade de a população adotar medidas de prevenção à doença, por meio do uso de repelentes e da eliminação de criadouros, já que cerca de 80% dos focos são encontrados em ambiente doméstico.

‘Não desejo nem a meu pior inimigo o que passei e ainda passo até hoje’

Bianca teve dengue por três vezes e sofre ainda com as sequelas

Os exercícios físicos faziam parte da rotina da cabeleireira Bianca Barrenha Bassan de Freitas Miranda, até ela enfrentar a dengue por três vezes em um intervalo de menos de dez anos. Hoje, por meio de atividades mais leves, ela tenta se livrar do sedentarismo imposto contra sua vontade. “Até hoje, sinto dores nas articulações. Tenho dores nas pernas e braços, meu cabelo caiu bastante e me sinto muito cansada. Nunca mais voltei ao normal”, lamenta.

Ela conta que, na primeira vez em que contraiu dengue, em 2011, os sintomas foram leves. Na segunda vez, em 2013, ficou bastante debilitada durante 35 dias, inclusive com dificuldade para urinar devido a complicações renais.
“Achei que iria morrer. Fiquei um ano fazendo tratamento. E tive hepatite medicamentosa, porque não sabia o que eu tinha e tomei muito medicamento por conta própria”, detalha. Já na terceira ocasião em que ficou doente, a cabeleireira teve a manifestação hemorrágica da dengue.
“Tive dor abdominal e fiquei internada por duas semanas até receber o diagnóstico. Não desejo nem para o meu pior inimigo o que eu passei e passo até hoje. Infelizmente, acho que nunca mais serei a mesma pessoa”, completa.
Fonte: JC net

Sobre Priscila Torres

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O diagnóstico de uma doença crônica, em 2006, me tornou, blogueira e ativista digital da saúde. Sou idealizadora do Grupo EncontrAR e Blogueiros da Saúde. Vice-Presidente do Grupar-RP, presidente do EncontrAR. Apaixonada por transformação social, graduanda em Comunicação Social "Jornalismo" na Faculdades Unidas Metropolitanas.

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