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Tosse e falta de ar são graves? Sintomas comuns podem confundir diagnóstico de doenças pulmonares

Quando pensamos em doenças pulmonares, a lista de possibilidades é quase infinita. É só pesquisar o termo em sites de busca na internet para ter mais de quatro milhões de sugestões sobre o tema. Mesmo tendo diferentes causas e tratamentos, as condições que atingem os pulmões possuem uma característica em comum: os sintomas.

Falta de ar, cansaço e tosse são sinais de quase todas as doenças respiratórias, incluindo as de prognóstico mais grave. A princípio, essa coincidência pode causar espanto, mas, a exemplo de uma tosse seca, que pode sugerir um quadro de gripe ou até mesmo uma doença mais grave, é importante a avaliação médica mais detalhada.

Entre as condições que afetam o funcionamento dos pulmões, podemos destacar aquelas que têm comportamento progressivo, em que o tempo para o diagnóstico é um fator crítico no avanço dos sintomas e surgimento de limitações importantes nas atividades diárias dos pacientes.

É o desafio que os pacientes com a fibrose pulmonar idiopática (FPI) enfrentam. Essa doença é grave e o atraso no diagnóstico correto pode causar grandes impactos na rotina e no estado do paciente.

Definida pela formação de cicatrizes (fibrose) nos pulmões, a FPI atinge principalmente idosos e possui uma taxa de sobrevida pior do que muitos tipos de câncer, como o de próstata e de mama. Erros de diagnóstico iniciais são frequentes e ocorrem em cerca de metade desses pacientes.

Enquanto a doença não é tratada corretamente, os pulmões começam a ficar rígidos, com dificuldade para expandir e realizar o processo de respiração. Até o diagnóstico, o paciente enfrenta uma jornada de um a dois anos após o início dos sintomas.

O pneumologista da Santa Casa de Porto Alegre (RS), Dr. Adalberto Rubin, explica que“geralmente, pessoas com FPI recorrem ao hospital diversas vezes e não conseguem identificar o problema, já que essa doença ainda não tem causa conhecida e os sintomas são os mesmos de outras condições pulmonares. Às vezes, esses pacientes acabam sendo tratados ao longo de anos como se tivessem outra doença pulmonar”.

Mundialmente, estima-se que existem cerca de 14 a 43 pessoas com FPI a cada 100 mil. No Brasil, os dados também não são definitivos, mas a prevalência varia entre 13 e 18 mil pessoas. O especialista pontua que, como a doença é subdiagnosticada, o número pode ser ainda maior.

A imprecisão do diagnóstico resulta no tratamento inadequado para a fibrose pulmonar idiopática. O Dr. Rubin explica que, nesses casos, a reunião de especialistas em diferentes áreas é importante para um diagnóstico assertivo e eficiente – além do sucesso no tratamento. “Costumo me aliar a outros profissionais, como psicólogos, radiologistas e fisioterapeutas para o melhor atendimento ao paciente”, finaliza.

O pneumologista sinaliza elementos que podem levar ao desenvolvimento da FPI: tabagismo, exposição a diversos poluentes, refluxo gastroesofágico, infecção viral crônica e até fatores genéticos.

Como a doença atinge sobretudo pessoas com idade superior aos 50 anos, é fundamental que toda a família esteja atenta à saúde deles. Falta de ar, tosse seca crônica, cansaço constante e dificuldade para realizar atividades cotidianas são sinais frequentemente negligenciados, porque costumam ser atribuídos ao processo natural de envelhecimento.

Além disso, as pessoas com idade avançada devem ser envolvidas de forma ativa durante todo o processo, aprendendo todas as especificidades do tratamento e tirando dúvidas com o médico durante a consulta.

Além da atenção aos fatores de risco, é importante estar próximo ao médico e realizar o tratamento de acordo com as recomendações. “Com o diagnóstico correto, o paciente fará o tratamento contínuo com medicamentos antifibróticos, classe de drogas que chegou ao Brasil em 2016.

O uso da medicação pode reduzir o número de crises da FPI. O pioneiro no país foi o nintedanibe, tratamento que reduz a progressão da doença pela metade e aumenta significativamente a sobrevida do paciente, que sofre menos crises de piora súbita da doença, conhecidas como exacerbações”, ressalta o Dr. Rubin.

Como complemento, os profissionais envolvidos no acompanhamento desse paciente podem indicar suplementação de oxigênio e fisioterapia para a reabilitação pulmonar e alívio dos sintomas. A vacinação antigripal também é uma importante ferramenta de prevenção do agravamento e internações da FPI, porque gripes são mais perigosas para esses pacientes.

Fonte: Assessoria de Imprensa

Sobre Priscila Torres

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O diagnóstico de uma doença crônica, em 2006, me tornou, blogueira e ativista digital da saúde. Sou idealizadora do Grupo EncontrAR e Blogueiros da Saúde. Vice-Presidente do Grupar-RP, presidente do EncontrAR. Apaixonada por transformação social, graduanda em Comunicação Social "Jornalismo" na Faculdades Unidas Metropolitanas.

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