Os jogos eletrônicos costumam ser associados a problemas de saúde, por estimularem o sedentarismo e, consequentemente, favorecerem a obesidade. Contudo, diversas pesquisas têm mostrado que os videogames podem servir de tratamento para reduzir sintomas de problemas cognitivos e motores, funcionando como fisioterapias mais lúdicas e menos exaustivas para os pacientes. Estudos já comprovaram, por exemplo, que pessoas vítimas de acidente vascular cerebral (AVC) apresentaram melhoras depois de praticar a concentração em jogos que simulam uma corrida de carros, e outras tiveram a memória estimulada após abordagens semelhantes.
Agora, uma pesquisa feita na Itália sugere uma nova aplicação terapêutica para um popular videogame, o Wii Balance. Publicado no jornal científico Radiology, o estudo defende a aplicação da plataforma para ajudar pacientes com esclerose múltipla. Os responsáveis pelo trabalho observaram que praticar atividades com o jogo – no qual o usuário deve realizar movimentos específicos sobre uma plataforma – melhorou o equilíbrio de pacientes diagnosticados com a doença.
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“As melhoras promovidas com o auxílio do videogame, por meio de tarefas repetitivas, podem reduzir o risco de quedas e, consequentemente, de traumas e fraturas”, afirma em um comunicado o líder do estudo, Luca Prosperini, da Universidade de Sapienza. O especialista lembra que o comprometimento do equilíbrio é um dos sintomas mais comuns e incapacitantes da esclerose múltipla, sendo a reabilitação física a melhor alternativa para manter essa habilidade do corpo.
Segundo a fisioterapeuta Sara Almeida, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), os resultados obtidos pela equipe italiana estão de acordo com um conhecimento que vem se acumulando sobre o uso dessas novas tecnologias em tratamentos de reabilitação. A própria especialista já utiliza os videogames em terapias. “O uso do Wii Balance, assim como de outras ferramentas alternativas, é bem válido e aplicável no processo de reabilitação para os pacientes de diferentes áreas, como na neurologia e na ortopedia. Esses dispositivos proporcionam ao paciente uma atividade lúdica e diferente do usual”, afirma.
FONTE: Correio Braziliense