O Dia Mundial da Trombose, em 13 de outubro, foi criado para conscientizar as pessoas sobre a doença, que é a terceira causa de mortalidade no mundo, depois apenas do infarto e do AVC(1,2). No Brasil, a taxa de mortalidade por tromboembolismo venoso (TEV) é de 2,09 por 100 mil habitantes ao ano(3).
A trombose venosa profunda (TVP) é a manifestação mais comum do TEV e caracteriza-se pela formação de coágulos, principalmente nas pernas, mas pode ocorrer em qualquer região do corpo.
Os coágulos nas pernas impedem o retorno da circulação sanguínea, causando inchaço e desconforto. Esses são os primeiros sintomas a serem observados, mas outros também podem aparecer, como dor, vermelhidão e aumento da temperatura no local afetado.
O tromboembolismo pulmonar (TEP) é decorrente da oclusão das artérias pulmonares por trombos que se desprenderam de veias com trombose ou que se desenvolveram primariamente nessas artérias. Ao ser diagnosticada, a TVP precisa de tratamento imediato pelo risco de causar o TEP, que está associado a um risco muito elevado de morte.
Além disso, a TVP também pode ter complicações que comprometem a qualidade de vida do paciente, como a síndrome pós-trombótica.
Pessoas com trombose fazem tratamentos com medicamentos anticoagulantes e, no caso da warfarina, precisam acompanhar periodicamente o nível de anticoagulação (assim como os diabéticos precisam verificar sua glicemia), realizando o controle com medições. Com o Coaguchek, usando apenas uma gota de sangue é possível ter resultados precisos, alinhados com as análises laboratoriais, mas com rapidez e praticidade para o paciente.
Marli Aparecida Nogueira Moneno sofre com a trombose desde 2010 e acredita que desenvolveu a doença pelo uso do anticoncepcional. “Minha vida ficou muito complicada com a trombose, tem dias que nem consigo levantar da cama. Mas, ainda bem que consigo realizar meu tratamento na Unicamp, onde tem muita estrutura”. A cada 15 dias ela faz o acompanhamento e conta que o uso do Coagucheck facilitou muito: “Um exame normal demora 40 dias para termos o resultado. Na Unicamp, com o aparelho, o exame demora uma hora e funciona como uma triagem e eu só preciso esperar o médico se houver alguma alteração na coagulação, para ajuste do medicamento”, explica.
De acordo com a Dra. Joyce Annichino Bizzacchi, professora especialista em Hematologia /Hemostasia da Unicamp, “a prevenção é o mais importante e existem muitas formas de realiza-la, começando pela história médica, que vai auxiliar na identificação dos pacientes com maior risco e que deverão ter cuidados adequados quando expostos a fatores de risco”.
A trombose é multifatorial e geralmente causada pela combinação de vários fatores de risco, como cirurgia, imobilização, trauma local, obesidade, anticoncepcional hormonal, terapia de reposição hormonal, gravidez, câncer, e história familiar. “O TEV espontâneo é raro e por isso a prevenção é a melhor forma de evitar complicações”, completa a Dra. Joyce.
1. Heit JA. The epidemiology of venous thromboembolism in the community. Arterioscler Thromb Vasc Biol. 2008;28(3):370-2. http:// dx.doi.org/10.1161/ATVBAHA.108.162545
2. Cohen AT, Agnelli G, Anderson FA, Arcelus JI, Bergqvist D, Brecht JG, et al. Venous thromboembolism (VTE) in Europe. The number of VTE events and associated morbidity and mortality. Thromb Haemost. 2007;98(4):756-64. http://dx.doi.org/10.1160/th07-03-0212
3. Darze ES, Casqueiro JB, Ciuffo LA, Santos JM, Magalhães IR, Latado AL. Mortalidade por Embolia Pulmonar no Brasil entre 1989 e 2010: Disparidades Regionais e por Gênero [Pulmonary Embolism Mortality in Brazil from 1989 to 2010: Gender and Regional Disparities. Arq Bras Cardiol. 2016;106(1):4-12.