Release da Palestra proferida no I Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas em Redes Sociais da Saúde.
Postar ou não postar: Eis a questão
A psicóloga e colaboradora do Blog do Hospital Albert Eistein, Ana Merzel, faz uma reflexão sobre se vale a pena expor sua doença nas redes sociais.
Tudo o que postamos em uma rede social, faz com que aspectos da vida de um indivíduo sejam expostos ao público. Seu modo de vida e o que pensa sobre determinados assuntos. Para Ana Merzel, esse processo de contar algo para alguém que não temos acesso, pode funcionar, por exemplo, como uma espécie de amigo imaginário, que vai receber aquelas informações que estão sendo publicadas.
Para realizar uma comunicação eficaz e consciente, é preciso ter em mente qual é a intenção de publicar algo. A psicóloga expõe os dois lados dessa moeda:
Um dos fatores que podem ser usado de maneira positiva é: Prover troca de informações com pessoas que tenham afinidades ou de um mesmo grupo. Isso se torna eficaz porque pessoas que vivem sobre o mesmo tema, podem se comunicar e compartilhar vivências, ou seja, trocando situações incômodas ou conquistas alcançadas através de um determinado tratamento, com pessoas que não estão perto.
Outro fator importante é a economia de energia. Quando o paciente está em tratamento ou hospitalizado, muitos familiares e entes queridos ligam para saber como estão indo, e essa repetição sobre o mesmo assunto causa um desgaste muito grande ao paciente. Portanto se as informações sobre o andamento do tratamento forem postadas, não há tamanho desgaste.
Fornecer o caminho das pedras para alguém que está passando pela mesma situação ou iniciando o tratamento é extremamente positivo. Assim como divulgar medidas de prevenção de algumas doenças.
Merzel faz um alerta sobre um dos aspectos negativos: “Quando postamos algo, aquela informação deixa de ser nossa. Não sabemos o que o outro fará com ela, que deixa de ser pessoal, podendo até expor outras pessoas, através de nosso depoimento.”
Pode ocasionar também certos tipos de conflitos, quando algo é dito por meio do desabafo, fazendo com que o leitor se sinta atingido, perdendo assim o foco do objetivo principal. Em relação ao isolamento, a psicóloga exemplifica que, a internet proporciona um relacionamento virtual com muitas pessoas, mas ao mesmo tempo se perde o contato com que está a sua volta, prejudicando o relacionamento interpessoal.
Para a psicóloga o ideal é compartilhar a experiência obtida através da doença, quando o paciente se encontra em um estágio em que já passou pelas fases de negação, raiva ou depressão, para que sua experiência possa de fato ajudar outras pessoas. “A necessidade de dar atenção às pessoas pode ser um disfarce para uma necessidade de atenção própria”, declara Merzel.
Dúvidas sobre essa palestra podem ser enviadas através do formulário online:
Conheça um pouco sobre a nossa palestrante:
Palestrante: Dra. Ana Merzel
- Coordenadora do Serviço de Psicologia do Hospital Israelita Albert Einstein
- Blog: www.blog.einstein.br/
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